Saturday, August 29, 2009

Só dói quando dói

O amor só dói quando dói.E é quase pecado pensar que ele pode vir a doer. De cada vez que nos aparece pela frente, deixamos tudo para trás, com a desculpa de que ''desta vez é a sério''. Planeamos, escondidos atrás das lições das aprendizagens dolorosas que fizemos de relações passadas, sem nos lembrarmos que essas também foram ''a sério'', até deixarem de o ser. Partimos, numa nova aventura, incapazes de nos prevenirmos, até porque isso seria o mesmo que admitir que alguma coisa pudesse correr mal! E damos tudo. E quando a coisa corre mal, acabamos por descobrir que ficámos sem nada para dar a nós mesmos. É aí que o amor começa a doer. Os velhos sentimentos que julgávamos longe estão mesmo ali, dentro de nós: Estamos mais sozinhos do que julgávamos. E isso magoa.Quantas vezes -esta vez, outra vez – fomos avisados de que alguma coisa podia correr mal? E do alto do nosso pedestal, afirmámos com toda a certeza que NADA ia correr mal, porque este amor ‘’é verdadeiro e para sempre’’. Que parvoíce, pensarmos que somos especiais, a ponto de sentirmos um tipo de amor que mais ninguém sentiu! Somos todos iguais, lá do alto do nosso pedestal somos tudo: E quando caímos, é aí que o amor começa a doer. Somos todos iguais, iguaizinhos. A história ao longo dos tempos é sempre a mesma, só mudam as personagens, os cenários e os figurinos. É como pegarmos numa história de amor (daquelas que as mulheres adoram) e repetirmo-la vezes e vezes sem conta. Um exemplo? Dois: ''Romeu e Julieta'': O amor proibido que acaba em desgraça; ''Titanic'': O amor e a luta de classes. O que tem estas histórias em comum? Eles amam-se, é para sempre, o universo conspira e manda-os à fava. E nós adoramos!Como podemos nós mulheres querer realmente ser felizes, se tudo o que queremos é viver um romance de filme? Toda a gente sabe que isso acaba em lágrimas, o que é óptimo para se ver no cinema com pipocas e um ''amor para sempre'' ao lado. O desafio é deixar o filme para os actores a sério e viver uma história de amor com um final feliz, em vez de passar a vida a coleccionar momentos felizes de histórias de amor que acabaram demasiado cedo. O amor só dói quando dói. Mas não amar dói sempre mais.